Denúncias e reivindicações: atingidas publicam Carta Final da Jornada Nacional de Luta das Mulheres
Fruto dos quatro dias do encontro realizado em Brasília na última semana, o documento apresenta denúncias, reivindicações e propostas para derrotar o patriarcado e construir um mundo mais justo
Publicado 09/06/2025

Em todo o Brasil, são mais de mil mulheres em 20 estados que começam a semana um pouco diferentes. As participantes da Jornada Nacional das Mulheres Atingidas viveram quatro dias intensos na capital do país e seguem as lutas em seus territórios fortalecidas pelo coletivo, reverberando os debates e retomando o compromisso frente às necessidades das populações atingidas.
Como forma de sintetizar a Jornada e reafirmar as demandas dos atingidos e atingidas, as participantes publicam nesta segunda-feira (09), a Carta Final da Jornada, que inicia com um alerta fundamental: “Somos as principais vítimas do processo de construção e dos crimes de rompimento de barragens, e também somos quem mais tem sofrido diante dos eventos extremos causados pela crise climática. Também estamos perdendo direitos, sendo ameaçadas e sofrendo violência diante da ascensão do fascismo”.

O documento, lido na plenária final da Jornada, segue ressaltando que as mulheres se mantêm firmes na linha de frente na defesa de seus territórios e na mobilização por justiça social, e afirma que “só a luta coletiva garante conquistas e que a organização é a força do nosso Movimento”.
Na Carta, as atingidas denunciam a crise climática causada pelo modelo de acumulação capitalista; o atual modelo energético, que saqueia nossos bens naturais estratégicos; o patriarcado e a violência contra as mulheres; o PL da Devastação; a inaceitável e abusiva taxa de juros e; o genocídio do povo Palestino por Israel.
O texto também reivindica a urgência da regulamentação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) e da criação de um Fundo para os atingidos do Brasil, além de um órgão de Estado que acompanhe as pautas e as reivindicações dos atingidos. As mulheres pedem, ainda, pela redução do índice da taxa de juros por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) e pelo veto do PL da Devastação.
Decididas em continuar organizando as mulheres atingidas, para cada vez mais serem protagonistas da luta por direitos, se comprometem a seguir em luta na defesa da democracia e pela construção do projeto energético popular, em articulação com a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia e outros movimentos populares.
Confira aqui a Carta na íntegra
